terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Brinde

terça-feira, 30 de dezembro de 2008


Pessoal!
Meu post de final de ano já foi escrito e tomou dimensões inesperadas... recebi hoje um email da Mariana Rodrigues, onde me dizia ter gostado e indicado meu texto para o site literário do Carlos Alberto Lima Coelho .
Bem o texto já está publicado lá e aproveito - sem querer ser o babaquinha pretensioso - para sugerir o site como mais uma fonte de talento e sensibilidade, vale a pena conferir.
No mais... que o próximo ano venha repleto de saúde, paz, amor e muita inspiração pra todos nós... autores e leitores.
Bem fiz relacionamentos tudo-de-bom aqui na blogosfera e alguns chegaram aos portões da amizade sincera. Outros ficaram apenas nos limites de comentários lá e cá... mas não por isso menos enriquecedores.
Um brinde!... Conde Vlad, Dama de Cinzas, Nathália, Adriano Queiroz, Beto Canales, Michele Moura, Felipe Lima, Michelle Dangeli , Carla Rocha, Cara( Beto) de 30, Mary West, João da Silva , Jana e Eliane, Cris Animal, Andréa, Afobório, Ricardo ...
Claro que corri o risco de ser injusto, mas listei aqueles que mantenho contato com certa freqüencia via respectivos blogs e alguns através de email. Mas também quero brindar com quem apenas passou deixando comentários ou não. E ainda com aqueles que acompanham meus textos em silêncio de palavras escritas... mas que me fazem saber por palavras faladas.... Ou não...
Salute!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Reflexões para um reveillon lúcido

terça-feira, 16 de dezembro de 2008


Hoje abri minha janela e a vizinha da frente estava debruçada e cabisbaixa em sua janela... recolhi o bom dia pois ela tinha direito ao seu silêncio que me soava triste... era impregnado de reflexões e talvez algumas constatações... Aliás época propícia para isso, assim como para dietas de emagrecimentos utópicos...
Assumo o clichê de final de ano percebendo lições preciosas que aprendi comigo e com uma pequena porção de pessoas que cruzaram meu caminho, e não me permitiram atalhos perigosos...
Vou fazer em forma de lista, sim, uma lista de presentes recebidos graciosamente – amo essa palavra - em forma de aprendizado...
- Redescobri meus amigos antigos e descobri que eles sempre estiveram no mesmo lugar eu é quem não os via...
- Descobri maturidade, e a gente percebe que ela é real quando se manifesta sem esforço sobre-humano ou com cara de auto-sugestão.
- Aprendi que as pessoas que morrem de abandono são aquelas que entregam seu amor para que outros o carreguem sem recolher de volta para si mesmos, quando não mais existe reciprocidade...
- Descobri que precisamos ser fiéis ao amor que podemos oferecer aos outros... e que as frustrações vem na mesma medida das ilusões que as antecederam...
- Lembrei-me de algumas pessoas que sumiram do mapa e dei graças a Deus...
Paro por aqui a lista, para continuar descobrindo e aprendendo coisas... assimilando brotos de sementes esquecidas, as que vingaram mesmo semeadas em tempos distantes, onde não se sabia que elas deviam morrer antes de germinar... e que o tempo difere de uma para outra.
Como disse o sábio “Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas...”


Imagem: internet

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

3:AM Magazine Brasil

terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Pessoal
Como já perceberam ando meio sumido daqui, mas é por pouco tempo... eu acho.
Mas pra não dizer que sumi total, tem um texto inédito meu publicado na 3:AM
é só clicar.
Um beijo pra Zan que resolveu publicar minhas Outices...
Valeu e aparecerei em breve!

Ps: meu sumiço temporário é porque meu computador pifou...entonces... eu tambem com ele hahahahaha! mas assim que estiver consertado "I come back"
Abraços a todos!
Ps do Ps: na medida do possível, estarei usando emprestado o do cunhado.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

People are Strange

terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Sinto-me totalmente sem inspiração ao mesmo tempo em que me sufoco com ela.
Nesse tempo avalio tudo e todos, não sob o costumeiro olhar do cotidiano, de quem faz charges escritas dos acontecimentos imprevisíveis ou tornando-os assim quando são totalmente banais...
Olho quem passa e quem fica, com olhar de raio X assumindo os riscos de tal ação.
Hoje quero saber quem deve ficar e ser cultivado. Conto-os nos dedos.
Avalio unilateralidades e me canso delas... Cansei-me de ações e reações, de relacionamentos que só acontecem quando apenas um lado se move e isso é lugar bastante comum...
O prazer de buscar fica comprometido, quando os passos sempre partem do mesmo lugar... Aprendi também a não usar o "santo nome" da amizade em vão... amizade é sacerdócio.
Existem dores e alegrias que só os melhores representantes podem tocar... sem morrer de perplexidade ou fugirem aos raios, relâmpagos, furacões e silencios soturnos que emanam da arca dessa aliança.
E além disso percebi que meu cotidiano precisa ser revisto e corrigido, pois nem sempre é engraçado e leve... pois a começar de mim... People are strange...
Deixo a melhor tradução disso para o The Doors na linda figura do Jim Morrison.




Ps: Acho que agora acertei com o shampoo!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sobre bucolismo, anões e metal...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Em 1996 participei de um evento em Córdoba Argentina, algo como um intercâmbio com gente de toda parte (quase) do globo. Foi no período de um mês, com programações maravilhosas de integração com outras culturas, incluindo oficinas, várias, entre elas teatro e mímica a la Stoklos.
Lembro-me que numa delas eu estava falando sobre aspectos culturais do Brasil e tinha que esperar alguns bons minutos pra retomar a fala.Isso após todos os intérpretes terminarem suas traduções o que era no mínimo curioso de assistir. A programação incluía também, visitas e estadias em alguns vilarejos cordobeses. Pra quem é urbano como eu, deveriam ser de um dia apenas, talvez dois... três tudo bem! ta de bom tamanho.Mas os coordenadores do evento não pensavam assim...

Num deles chamado “Agua de Oro” lugar onde o frio da noite em plenos dias de janeiro era absurdo, provavelmente explicando a infinidade de macieiras carregadas aos quilos. O que também me fez acreditar que o lugar deveria ser um recanto de feiticeiras madrastas, do tipo que envenena maçãs entre uma compota e outra... Descobri lá que odeio compota de pêra e de maçã claro! envenenada ou não.

Nesse lugarejo nada me chamou mais atenção do que um anão metaleiro que andava agitando a noite da bucólica cidade. Sim acredite. E pra melhorar a historinha o moço se intitulava, ou foi intitulado “Fury”. Nunca vi um apelido, nome artístico, ou de guerra, sei lá... cair tão bem numa pessoa-inha.
Fury, era... digamos... alto pra um anão - pelo menos o comparando aos outros anões que já vi e além disso extremamente mal-humorado, do tipo boca suja. Usava uma roupinha preta de couro e tachas de metal nos braceletes, botas e um colete pra compor a “estilera”. Um anão metaleiro em qualquer outro lugar passaria batido, mas não ali naquela cidade. Tudo destoava naquele cenário, o "enano" desbocado deve ter sido - penso eu - esquecido por alguma Branca de Neve gótica, bêbada, drogada, prostituída, enquanto fazia uma manobra arriscada no trenó. Este óbviamente roubado do também bêbado, Santa Claus, depois de um show do Theatre of Tragedy no polo norte.
Anões são figuras curiosas. São intrinsecamente incomuns. Por exemplo:
- Nunca vi anões rodando bolsinha. Ou anão preso por assalto à mão armada. Nunca vi anão presidente. Nem anão travesti ou pedreiro que canta mulher. Nunca vi anãs grávidas, nem modelo de playboy. Nunca vi anão padre, nem freira, muito menos papa e tampouco médico. Já vi “noiva cadáver”, mas noiva anã nunca. E também nunca vi anão "dar-boa-noite-no-jornal nacional”... Seriam os anões deuses astronautas? Bem se eles o são... Fury é o capeta da vez.
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Nota importante pra não ser injusto: Esqueci do anão que foi preso em Newcastle, na Inglaterra. “contratado” pra ajudar uma gangue por sua capacidade de invadir locais por pequenas aberturas. O que revela que os anões são iguais a qualquer pessoa, inclusive as de caráter duvidoso.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

De gente que se acha...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008



Opus1

Hoje enquanto retornava pra casa, num ônibus enquanto-seu-metrô-não-vem. Comecei a rotina de revistas habituais quando me encontro nesses ambientes móveis. Enquanto a chuva caia copiosamente eu me dei conta da loura que estava sentada ao meu lado.
Do tipo cinqüentona, olhos muito maquiados (detesto essa palavra, mas a versão maquilagem é mil vezes pior), uma cara desconfiada que eu em principio pensei que era medo desse cabeludinho de barba por fazer, usando brinco e tatuagens que ela não viu mas imaginou.
-Aliás to meio de saco cheio do meu cabelo e de uma tatuagem específica.
Mas voltando a loura, movimentava-se muito e logo percebi que os movimentos sôfregos eram por puro nervosismo, abria e fechava a bolsa compulsivamente e a cada corrida que o zíper (essa palavra eu gosto) dava, ela me olhava de canto e pensava “Meus Deus tudo que eu precisava era um moreno desses”.

Opus 2

Quando eu trabalhava no Banco do Estado daqui, que fica ainda na praça 8 de Setembro daqui também. Aliás um lugar que demarca o centro da cidade, então já sacou que é um ponto comum pra acontecimentos dos mais variados né?!. Recordo-me das inúmeras vezes que o palco foi armado pra diretas já, impeachment de Collor, Lulalás e manifestações sindicais das mais variadas e curiosas. O que se destacava sempre nesses eventos, era uma figura rechonchuda que habitualmente vestia um shortinho largo e branco. Ah! como dançava. Não tinha pra ninguém, só dava ela.Os movimentos eram variadissimos, coisa de causar inveja a todas as louras e morenas do tchan e cia. Na verdade, a moça era incansável. Seus muitos quilos a mais não a impediam de traçar uma reta na imensa praça e atravessá-la num Pax-de-deux com ela mesma. E era bom saírem todos da frente, se não ela derrubava mesmo.
O solitário show não podia parar. Aliás, é fundamental lembrar que aquela diva louca, só parava quando um falador qualquer, interrompia o playlist pra reforçar o convite do evento.
Coitado, o que ele não percebia é que enquanto ele falava, o evento sentava-se num meio fio pra retocar a maquiagem para a próxima sessão.

Opus 3

Certa vez - pra variar - chovendo muito. Sim eu atraio chuva, e muita, do tipo tempestade querendo virar tornado. Entro num ônibus num terminal rodoviário desses insuportáveis e fedorentos da vida. Sento, e ponho-me a observar - aliás eu seria um ótimo scouter para alguma agência de modelos bizarros. Percebo que a minha frente num papinho animado, sentam-se duas jovencitas dessas clonadas, mas bem bonitinhas. A viagem inicia, a chuva cai, elas falam e ele olha para trás... Meu Deus o que era aquilo? Um senhor com cara de Speotyto cunicularia, começa a investir olhares ensaiados, tipo So Sexie - numa mistura cruel de Zé bonitinho sem laquê somada a uma versão indiana do Noel rosa - para as duas meninas. Elas conversavam e faziam de conta que aquele ser não estava à frente delas. Ele, meio coruja louca a todo instante virava-se para surpreendê-las com um novo olhar fatal. Vi passar ali vários deles, ele era o próprio lindo de plantão. Seu Laser Eye seria capaz de fazer Rodolfo Valentino virar uma odalisca e Marlon Brando a própria Gina lolobrigida. O que não esperávamos - elas e eu - é que ele havia preparado um grand finale pra toda aquela seduction. Numa derradeira virada o Macho fatale tenta sua última arma de conquista... Aparecendo do nada com um óculos de muitos graus, ensopado e embaçado que clamava por um limpador de parabrisas urgente. Faz cara de lindo e a mantém fixa aguardando o resultado.
As meninas entreolharam-se e eu também entreolhei-me... seguiu-se um breve silencio e ao mesmo tempo explodimos os três numa sonora gargalhada.
- Ele?!
Nem aí... virou-se pra frente e recolheu seu charme a nossa insignificância.


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A divisão do texto em "Opus" foi em homenagem a meu querido amigo Adriano Queiroz.
(Finalmente o Link dele tá funcionando)
Falando em obrigado, quero agradecer depois de um século e meio, a meu também querido amigo Ricardo do farelos & Silabas pela montagem fotográfica do novo (já velho) layout .

Imagem internet

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Esquadros - Adriana Calcanhoto

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dedico essa música a todos que gostam dela como eu, e mais... se sentem meio ou muito traduzidos quando a escutam
Abraço

terça-feira, 18 de novembro de 2008

“Separando alhos de Bugalhos e algumas citações"

terça-feira, 18 de novembro de 2008



Hoje amanheceu cinza e chovendo, fora e dentro de mim. O cinza de hoje não é o mesmo que falei pro homeopata textos atrás... Meu cinza mudou e eu não havia percebido.
Os ciclos que se fecham e iniciam são cada vez mais repletos de verosimilhanças e acho bom...
A verdade é uma dádiva das mais preciosas, mas nem por isso se torna fácil de ser ouvida, falada ou sentida...às vezes ela dói como um punhal entranhado nas vísceras.

As minhas são assim, se mostram nuas e cruas. Mas é assim que prefiro vê-las, cada vez mais despidas, cada vez mais cruas , olho no olho.
Observo mudanças visíveis e importantes. Não sei se por ser cantor e buscar na interpretação a forma de apresentar minha arte; posso sair de uma música densa e melancólica pra uma canção leve e às vezes pueril – como as boas cantigas de criança – saindo da tristeza pra me tornar um serelepe e alegre Pedrinho de Monteiro Lobato.E enquanto isso - aqui dentro de mim - não estar em sintonia com nenhuma daquelas verdades que os personagens interpretados apresentam naquele momento.
Isso me tornou mais centrado, concentrado e responsável com meus compromissos do “ser”, o que também acho muito bom.
Quero viver um dia de cada vez, ser fiel a mim mesmo e ao que sou.

"E oferecer apenas o trajeto que posso cumprir".

"Quando somos honestos e nos amamos na primeira pessoa, as outras, automáticamente são beneficiadas".
Percebo com muita clareza que mudanças produtivas acontecem a partir de quem somos de verdade... ainda que tenhamos apenas um pequeno vislumbre pra começar.
"E isso me faz bem... Como uma brisa boa soprando atráves de uma cortina".
Termino deixando que a canção do Gil traduza mais e mais o que tenho ainda pra dizer...
ou temos todos... quem sabe?

Sabe, gente.
É tanta coisa pra gente saber.
O que cantar, como andar, aonde ir.
O que dizer, o que calar, a quem querer.
Sabe, gente.
É tanta coisa que eu fico sem jeito.
Sou eu sozinho e esse nó no peito.
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder.

Sabe, gente.
Eu sei que no fundo o problema é só da gente.
E só do coração dizer não, quando a mente.
Tenta nos levar pra casa do sofrer.
E quando escutar um samba-canção.
Assim como: "Eu preciso aprender a ser só".
Reagir e ouvir o coração responder:
“Eu preciso aprender a só ser."
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Imagem: Internet
Musica: "Eu preciso aprender a só ser" - Gilberto Gil

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O casamento de minha avó.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Talvez eu seja um dos poucos netos que teve a curiosa oportunidade de assistir ao casamento de um avô, no meu caso avó.
Hoje enquanto lavava algumas panelas e copos e talheres e pratos e ufa!
"Cozinha só é bom pra cozinheiro chefe, pois não precisa encarar o detergente e a bucha de cada dia."
O troço é chato no que diz respeito a ter sempre coisas para serem lavadas, e numa diferença de minutos entre uma e outra. E pode piorar. Normalmente quando você está lavando vem alguém pega um copo.Usa. E ei-lo novamente para ser lavado e o inferno bate palmas.
Mas falei de cozinha, por que sempre que estou lavando louças minha mente viaja léguas no passado e pior... no futuro... Conjecturas sobre os males de cada dia, coisinha boba.

Entre uma enxaguada e outra me veio a mente o segundo casamento da vovó.
Sim.Minha avó casou-se novamente na década de 80.Em meio a New waves, Madonna,Barão, Chacrinha, RPM, Legião , Monique Evans, Luiza Brunet e cia.

O casamento em si foi estranho e totalmente Nonsense. A vovó usava um tailleur - que num bom embromeition deveria ser talher em francês, que combina com cozinha, na mais infame das traduções – e um cabelo... aliás sempre me perguntei...
- Quem teve a idéia daquele cabelo Cyndi Lauper pra minha vó?! Estava como direi...
" Na cabeça errada ou o corpo no cabelo errado" sei lá... mas aquilo me causou certa angustia.
E o que falar da entrada dos noivos?! Foi a mais rápida que já vi. Minha vovózinha nos seus... bem não serei indelicado... alguns muitos anos de idade e seu noivo com outros muito mais do que ela, pareciam doidos pra tirar as teias da forca ou na pior das hipóteses, casar rápido antes que algum filho acordasse do impacto daquele casamento feito às pressas e vetasse com maioria perplexa de votos.
Bem, nada contra velhinhas casarem novamente, lógico! mas a vovó conheceu, namorou, noivou em apenas 1 mês?!... houve quem perguntasse baixinho entre um abano e outro de leques, sim casamento de velhinhas tem muitos leques.
- Será que ela esta grávida?!
- Menina nem te conto... dizem que ele fez mal pra ela!
Bem grávida ela não estava pra desgosto dos alcoviteiros de plantão, mas a parte curiosa não foi o casamento em si, mas o antes e o depois...
A esperta da velhinha, sabendo que os filhos – vários – poderiam acordar e não concordar com esse casamento às pressas, teve a grande sacada de procurar um por um dizendo que todos os outros já haviam concordado.
Totalmente constrangido "aquele", pra não ser o estraga-prazeres aquiescia e assim a senhorinha esperta conseguiu a benção da filharada toda.
Uns dois anos depois, se não me falha a memória, chego pra ela e pergunto:
-Vó, por quê a senhora resolveu se separar do Senhor X ?
Ela numa carinha sapeca responde...
- Eu hein?! homem mole! Muito devagar pro meu gosto ...
Depois dessa, eu não me surpreenderia nadinha, se ela saísse da sala malhando e cantando:
“Oh, let's get physical, physical; Let me hear your body talk”

Afinal estávamos nos anos 80 né?!

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Physical: Sucesso gravado por Olivia Newton-John em 1981
Foto: internet

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A minha extravagância...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Uma das coisas que me faz querer escrever cada vez mais, é a possibilidade de não-ter-que-fazer-sentido.
Ainda mais quando se assume uma cara-de-pauzice como a minha de publicar insensatezes a torto e a direita quando me dá na telha.
Estou lendo um livro de crônicas do Mário Prata, e uma em especial me chamou a atenção.
Ela se chama Extravagância. Nesse texto ele fala de palavras, que em sua opinião não combinam com o sentido dado a elas.
Lógico que depois de ler isso, todas as palavras que carrego na mente e que não fazem o sentido - estabelecido por sei lá quem – que deveriam fazer pra mim, vieram aos montes.
Por exemplo:
Bastardo: Acho essa palavra linda e penso ser injusto o significado que lhe é atribuído. imagine! quer algo mais legítimo do que esse nome? que inclusive poderia ser próprio: O Sr. Bastardo de Alcântara convida para ... tudo a ver! ainda mais seguido de convida.Pena que os bastardos que andam por ai não conhecem essa palavra.


Hodierno: Outra palavra que não me desce o significado, tudo bem, mas acho um contra- senso ela significar atualidades com essa cara de hodierna que tem. Acho que ela deveria ser aplicada a alguém compulsivamente chato, daquele tipo... hmm...bem! ... hodierno.


Imagético: Além de tudo é feia a infeliz. A bem da verdade. Crianças e homens são totalmente imagéticos e as mulheres tem uma relação estranha com a tal palavra. Apesar de apostar nela com tudo que a santa Avon, suas descendentes e adjacentes podem oferecer; elas não são imagéticas no plural, só no singular... não entendeu?!.Quintana me entenderia.
A tal palavra, tem cara de remédio pra azia e prisão de ventre:
-Nossa! to com uma dor no fígado! ... Toma um Imagético que melhora!
- Bebeu demais? abusou da feijoada ? tome Imagético!
- Prisão de ventre? Intestino irregular? que isso?! pare de sofrer tome Imagético!
- Tome Imagético e dê adeus às hemorróidas!
Melhor parar por aqui ...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Questionamentos infantis (?)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Enquanto comiamos deliciosos pastéis de sabores variados na casa da tia, meu filho de 7 anos me lança uma curiosa pergunta:
- Pai as pessoas são treinadas pra ter filhos?
Intrigado respondo com outra pergunta...
- Como assim filhote? treinadas como?!
- Assim... com perguntas pra responder, coisas assim ...
- Não filho, isso não acontece... mas por que você pergunta ?
- Nada!... é que eu penso que deveria ser o certo isso...
Silencio e olhares de concordância entre nós.

domingo, 9 de novembro de 2008

Para a amiga mais amiga que tenho na vida....

domingo, 9 de novembro de 2008

Meus amigos são todos assim... metade loucura, metade santidade.

Escolho-os não pela pele, mas pela pupila...

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

Fico com aqueles que fazem de mim "louco" e "santo".

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Coisa de louco... Louco que senta, horas e horas, de conversa ou de silêncio, e espera a chegada da lua cheia.

Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Não quero deles só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria... Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem.

Mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.

Quero-os metade infância, metade velhice.

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto.

E velhos, para que nunca tenham pressa.

Preciso deles para saber quem eu sou, pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei que a normalidade é uma ilusão... estéril!

Autoria do texto: Oscar Wilde.
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Dedico esse texto a melhor amiga que tenho na vida. Melhor, por que me conhece do avesso e ainda assim acha graça... Escancaradamente pra você Ciane.
Tenho outros - poucos - grandes amigos, mas não posso comparar a ela, e sei que eles sabem que não... beijo a todos os outros.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Deus me livre e guarde! gente que vive pra chamar a atenção é um saco! quanto a indivíduos com esse perfil, tenho estado na configuração : Tolerância zero!
Sei que não é nada legal intolerância, mas considero na mesma proporção o "Pare o mundo que eu quero ficar e encher o saco".
Tem gente que se recusa a amadurecer, compete até com a sombra, na tentativa de atrair a atenção alheia.Não importa o tipo e sim que funcione.
Tenho uma amiga* que defende a tese de que a admiração se divide em duas modalidades:
A boa...
-Nossa como te admiro!
E a ruim...
- Nossa me admira você!
Tais indivíduos se beneficiam das duas pra conseguir seus intentos egocêntricos, são capazes de cortar os pulsos com barbeador descartável, fazer comprimido efervescente virar sublingual e babar, babar e babar... E se apenas a carrocinha aparecer pra recolher- tá de bom tamanho, o difícil é alguém querer resgatar em até três dias.
Esses são aqueles que brincam de se afogar, adoram ser lenda urbana, adoram sumir do mapa e adoram aparecer depois, com cara de ressurreição ou insurreição. Amam ficar catatônicos ou monossilábicos, assim como amam monopolizar e fazer o "monólogo de mim mesmo" chamando pra si os ouvintes incautos e até mesmo bem intencionados.
Viram empresários de suas doenças físicas e emocionais, potencializando-as ao ultimo grau, para que elas - as doenças - os auto-justifiquem e sejam "abacaxis molotov" pra quem estiver pela frente, disposto a descascar ou ser descascado.
Acho que essa necessidade de chamar atenção, pode e deve ser usada sempre de forma produtiva.

Nada que um bom curso de teatro, canto, artesanato - ou sei lá - não resolvam.
O palco - por exemplo - é o lugar ideal pra resolver tal deficit de atenção, lá os aplausos são justificados e as vaias também... nesse caso melhor pra quem vaia, pois no coletivo passam batidos sem chance de represálias nos bastidores.

Deixando bem claro que não me refiro a quem sofre de depressão e luta pra sair dela, mas sim daqueles que sofrem de "criancisse com agravante de chatice crônica", e lutam pra permanecer nela.
* Citação de Gislene Santiago, uma famosa cantora lirica e grande amiga que abandonou os palcos pra cuidar de sua filha lalá, mas se bobear ela volta...
Hoje se dedica tambem ao preparo de cantores que um dia serão famosos, e ricos, e muito gratos, e lhe farão um busto. Falando nisso ela tambem assistiu Elvira, mas não se aventura em tais malabarismos , o canto lhe basta.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Agradecimento sincero

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quero agradecer de coração a todos os leitores que tem passado por aqui, os que deixam comentários fazendo o que chamo o "avesso do blog" - sem o sentido de contrário - mas simplesmente me referindo ao outro lado dele.Vale comentar que nem sempre avessos são simplesmente o contrário de coisas, pois os bordados que minha cunhada faz - por exemplo - tem em seu avesso outra obra de arte de tão perfeitos que são.

O agradecimento vai na mesma intensidade, pra quem apenas lê e me faz saber de outras formas suas impressões.E claro! também vai para os leitores anônimos que passam por aqui e saem discretamente sem se fazerem notar.

Escrever aqui tem sido um bom espelho pra mim, e arrisco dizer que já começo a gostar do que vejo... antes me achava apenas um grande cara de pau.

Um abraço sincero!
PS: Não se sintam na obrigação de responder a esse post, eu na verdade ia bloquear comentarios a ele, mas não sei como faze-lo ainda hehehehe.... e outra, continuo crendo na liberdade de expressão, saibam que o contexto é só agradecer mesmo , principalmente por que amo fazer isso ( me sinto ridículo explicando isso mas...)

sábado, 1 de novembro de 2008

Aviso: texto longo e pesado...

sábado, 1 de novembro de 2008

O Código Penal iraniano descreve a morte por apedrejamento. Chega mesmo a recomendar o tamanho das pedras para que estas causem dor, mas não causem a morte imediata. O Artigo 102º do Código Penal afirma que para a morte por apedrejamento, os homens devem ser enterrados até à cintura e as mulheres até ao peito. O Artigo 104º declara, em referência à condenação por adultério, que as pedras não devem ser “demasiado grandes para não provocar morte imediata, mas também não devem ser demasiado pequenas, senão não são consideradas pedras”.

A razão disso? "religiosidade" essa praga esconde dentro de si os piores demônios - os do tipo humanos que não se enxergam - aqueles que se sentam sobre seus enormes rabos, e ficam horas, dias, anos a espreita de um pecador incauto que lhes cruze o caminho.

Seu desejo de "salvar" funciona pela politica de cotas e bônus que os tais "imaculados" esperam receber ao " transformar" a vida de um miserável no modelo "contemplativo e asséptico" que é a vida deles.

São donos do Pai do Filho e do Espírito Santo, são os verdadeiros senhores dos anéis - o anel revela o que se tem dentro e não o contrário - mas esses seres iluminados, não tem nada pra ser revelado que não esteja na cara, são portadores de corações cheios!.Sim. cheios de rapina e vontade de fazer tudo aquilo que abominam nos outros, e quando fazem, distorcem na medida de sua visão suja, nebulosa e preconceituosa.

Lembro-me aqui de uma frase de Oscar Wilde : " O diabo é muito otimista se pensa que pode piorar os homens!"

Eu recentemente me converti ao cristianismo puro e simples, já fui católico, tive uma incursão meio que de paraquedas numa sessão espirita - do tipo que se toca tambores - e fiquei chocado! era criança e pra mim o que causa horror a crianças não pode ser bom - ao menos a essa criança aqui - além do que, abomino a idéia de perder meu desejo de escolha consciente, seja para um espírito ou para alguém de carne e osso.

Já me aventurei pra conhecer as ideias da dita parte branca da coisa, mas a tal reencarnação não me desce...

Olhando a foto acima alguém em sã consciência pode de fato acreditar em evolução de espírito aqui nessa esfera?... faça-me o favor! sério?... Se eu tivesse que voltar então queria voltar como pedra, ao menos com sorte, alguém poderia me arremessar de volta na cabeça de um tarado assassino desses.

Já fui evangélico em algumas de suas variações - e também não deu - é muito exaustivo usar a fé como arma pra tentar coagir Deus a cumprir meus caprichos, não quero jejuar pra tentar convence-lo a fazer algo que ele não esta afim de fazer, pois se isso não funciona comigo o que dirá com o Bom Criador.

No meu caso, tudo aquilo que envolve muito ritual humano, me coloca em risco, pois vaidoso que sou, vou querer chamar a atenção e o fariseu que habita em algum lugar em mim vai logo mostrar as franjas.

Além do que sou inapto pra tal religião, não consigo matar um leão por dia pra ser aceito, e a escada do sucesso evangélica é muito alta e tenho pavor de altura, na verdade uma fobia terrível. Além do que:

- Sou cheio de contradições assumidas.

- Me exponho com facilidade, inclusive meus equívocos (que não são poucos).

- Não acredito em musica santa.

- Não tenho a pretensão e nem o poder pra salvar ninguém.

- Não tenho tendência pra Nero e não estou afim de incendiar o Brasil ou lugar algum. Clichês carismáticos

- Erro diariamente e também me dou o direito de mudar de opiniões.

- Não me dou bem com identidades secretas, me denuncio muito fácil, não consigo ser um alguém fora dos "ambientes sacros" e ser outra dentro destes, especialmente por que creio na sacralidade do "ser" e não de lugares.

E principalmente não sou dado a respostas prontas e simplistas do tipo que minimizam, maximizam ou simplificam as crises alheias

Aliás, tampouco me sinto na obrigação de te-las, na melhor das hipóteses ofereço ouvidos e ombros.

Consigo ver dignidade numa prostituta, que vende seu corpo mas não dá calotes materiais e emocionais em ninguém, promete apenas o que se pode pagar. Ela é o que é - não faz "Cara de Maria do sagrado coração" - pode até fazer em horário de trabalho pra satisfazer algum gosto excêntrico, mas não o faz pra se esconder de si mesma e dos outros.

O apedrejamento em "nome de Deus" também é praticado hoje nas boas casas do "ramo religioso" ocidentais.Sim. E como! só que com uma diferença - a morte começa lenta... primeiro por dentro e pode durar anos a fio ao contrário dos pecadores do oriente, pois esses ao final de algumas horas já desencarnaram e desencanaram.

Aqui o requinte de crueldade está na dor que se sente escondido, aquela que faz molhar o travesseiro no quarto escuro e solitário, e a física vem com o tempo e normalmente começa pequena até atingir proporções quimioterápicas. Gostaria de crer que estou sendo exagerado, pessimista - falo de todo coração - mas ao mesmo tempo, também sei que essa é uma mentira que não vou assumir pra aliviar a minha barra ou a de qualquer outro.

Me incomoda a promoção do "pecado" alheio pra esconder os meus ou usar alguém como "Judas de sábado de aleluia" pra exorcizar minhas iras, taras, frustrações, rancores e temores.

O que nos difere de Judas e que ele não pós a culpa em ninguém a não ser em sua própria fraqueza, mas se tivesse olhado em volta, fatalmente teria se perguntado:

- Sou só eu? cade os outros?!
Essa gente dada a pedradas, gosta de mentiras institucionalizadas e abençoadas pela madre igreja seja lá qual for seu letreiro.

Um casamento pode estar falido, mas se os envolvidos conseguem manter as aparências com seus papéis bem decorados - pra não estragar a cena no teatro de domingo - beleza! tudo bem que não ganham Oscars, mas das pedradas ao menos se livram.

Tolinhos os que acreditam que na concepção destes, o famoso "fiéis até a morte" tem a haver com os indivíduos no casamento; que nada! fiéis até a morte, sim!... mas do "casamento instituição ", sem chance de recomeço dos que um dia acreditaram equivocadamente que eram feitos um para o outro.

Tais uniões não tem a chance nem de reviver em si mesmas, ou permitir a seus envolvidos descobrir uma nova oportunidade, pois nesse ambiente estéril não se pode reinventar ou redescobrir nada.

Nesse ponto decido parar essa escrita, pois falar nisso me envenena a alma - tenho sensores novos contra isso - prefiro falar de amor, de aceitação, de setenta vezes sete chances de recomeçar, aprecio falar a verdade e na mesma proporção ouvi-la, por isso me deixei seduzir pelo vida do Carpinteiro de Nazaré - exatamente por que se aproximou de mim não por meus louvores ensaiados, por minha "bondade" esquisita e nem por minha maldade mascarada, não me ofereceu nada além dele mesmo, não me prometeu sucesso ou prosperidade "A la Bill Gates", não se aproximou como dono de corretora de lotes celestiais, embora exista um exercito voraz de corretores não credenciados, de olho nas comissões que vão garantir sua aposentadoria dessa terrinha suja e contaminada.

Ainda bem que carpinteiros são artistas, e esse de Nazaré então... posso passar horas deixando ele me talhar, as vezes fico em silencio, as vezes grito, as vezes choro, as vezes reclamo e quando olho pra ele, ta lá o velho e doce olhar de aceitação e paz, que me incentiva a continuar crendo que nas suas mãos, melhor é o fim do que o começo das coisas.

Desculpem, mas esse texto apenas saiu, não estou aqui evangelizando ninguém, só estou de saco cheio hoje... mais pelos algemados do que por mim, e infelizmente quando olho pra dentro dessas "santas instituições" apenas uma frase me ocorre... I see dead people!


Faço uma ressalva aqui, não quero generalizar o que disse e ser injusto com uma quantidade enorme de gente boa, honesta e amável que é ligada a essas religiões.

Meu pensamento é focado na base que mantém essas tais religiões onde elas estão, e quanto a mim? - amo praticar e partilhar comunhão - pois acredito ser essa a essência e melhor manifestação de minha fé cristã.
* observem na foto a frieza e naturalidade com que as pessoas a volta olham para a mulher.
Ps: Perdão mas não corrigi esse texto nem na ortografia do blog, apenas pari...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cada dia que passa, mais percebo a necessidade de limites bem estabelecidos nos meus relacionamentos. Primeiro que isso não protege só a mim, mas as pessoas envolvidas também.
Não foram poucas as vezes que entrei em apuros por não respeitar ou agir com limites em algumas circunstâncias e pessoas...

Tem gente que não tem o tal do "desconfiômetro, nem do paraguai", entram na vida da gente sem pedir licença e vão dando palpites, cobrando, falando qualquer coisa com qualquer liberdade e não-tão-nem-aí...
Mas até esses só fazem "Bis", quando não são devidamente avisados que se repetirem a fala:
- Não vai ser nada agradável o resultado da próxima vez.

As pessoas só vão conosco, até onde nós deixamos. E normalmente avançam, por que não queremos magoá-las. Sim . Esse tipo de gente se magoa na mesma proporção de sua inconveniência, e se pegam nisso pra escapar de fininho e ainda te acusar de grosso, mal humorado ou coisa que não o valha.

Sabe as vezes também a pessoa é assim e não sabe, não se da conta disso; e nesse caso é muito legal falar abertamente, especialmente se é alguém próximo. Ao menos livra a figura de levar uma mãozada na cara de alguém menos tolerante.

Sou totalmente a favor de avisar e que me avisem: Não curto brincadeiras assim, não gosto de falar sobre isso, isso me desagrada profundamente... pronto!

Isso eu falo em casos gritantes, mas tem aqueles que você precisa estabelecer um limite sutil.

Quando a pessoa tentar entrar em áreas não permitidas pra ela, mude de assunto:
- Fale da lua, do sol, da chuva ou falta dela, fale mal da Globo, fale qualquer coisa... mas fuja descaradamente pra que no Hiato a pessoa perceba... Foi Mal!

Note a importância das placas:

"A coordenadora da escola de meus filhos estava contando um episódio com meu menino de sete anos, onde ela foi chamar a atenção dele e de um grupo de amigos, que na hora do recreio estavam brincando numa área da escola que não era permitida.

- Eu disse pra eles que saíssem de lá pois não era permitido brincar ali sem a supervisão de professores... dai ele veio falando em nome da turma e ainda saí de culpada !

- Tia, não tem nada avisando lá que não pode, nem placa, nem faixa de aviso, nada então a culpa é sua que não fez isso, isso é trabalho seu e não da gente adivinhar onde pode e não pode brincar...
Simples assim !!


Me inspirei num texto da Jana que comentei, pois assim como ela, recentemente passei por algo assim: tipo, não sinalizei antes e me aborreci muito.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Expressividade, sinais e mais coisas acho...

terça-feira, 28 de outubro de 2008



A efusão de pensamentos borbulha cabeça afora e não tem como evitar, na verdade nem quero... Afinal, quanto mais me expresso, mais vontade de expressar tenho, e o diagnóstico da história é :
- Sou um expressivo crônico!


Tenho percebido que minhas inquietudes podem ser produtivas ao invés de amansadas. As inquietudes viram doença, se não nos permitimos falar com tudo a que temos direito.Temos sempre em nós a obrigação - ainda que velada - de sermos conexos o tempo todo, e isso é um saco. Aliás um verdadeiro chute nele ou para a parte feminina entender: um soco nos peitos. Reza a lenda que é a comparação mais correta, bem nunca saberemos, pois, ou se tem um ou o outro - peito de homem é diferente - graças a Deus! muita coisa pendurada junta deve fazer mal pra coluna, apesar de que me lembrei de algo:
- Não sei se peito de travesti dói igual ao das mulheres, mas vá saber?! a ciência evoluiu tanto que pode produzir facim, facim um peitão dolorido de silicone ou coisa que o valha.

Falando nisso, em expressar-se com tudo o que se pode e de peitos, me lembrei de um filme que sempre passava nas sessões da tarde - no tempo que existia tarde - o filme chamava-se "Elvira a rainha das trevas". Engraçado lembrar da performance que ela fazia no final, usando uns penduricalhos na ponta dos peitos e fazendo malabarismos com estes, que se moviam na direção horário e anti simultaneamente. Depois cada um ia pra um lado em movimentos opostos, algo que só mesmo alguém que tem muito peito pode fazer.Não dava nem pra moleque erotizar de tão "Du Soleil” que era, se fosse tentar mais tarde - em alguma aventura solitária- iria ficar tonto pensando naquelas bolonas girando indiscriminadamente.

Admiro quem se expressa com facilidade - uma vez peguei um ônibus e fiquei sentado ao lado de dois caras surdos que conversavam com linguagem de sinais. Quase enlouqueci de tanto que eles falavam! era sem parar. Tinha um deles que era do tipo gozador e contava umas piadas com mãos de maestro, que fazia o outro quase rolar de gargalhadas silenciosas, e eu ali me sentindo
excluído, invejoso por não poder rir do que eles compartilhavam...
Embora, algumas vezes tivesse a nítida impressão de que eu era o alvo de muitas daquelas risadas pois deviam sacar que só eles e a Xuxa sabem linguagem de sinais. Hahaha sarcasmo escancarado!
- E outra: acreditem! surdos também podem ser malvados.

Sei que no final já estava cuspindo fogo por causa daqueles tagarelas. Como em tudo nessa vidinha maomeno: expressividade demais também sobra. Especialmente quando a pessoa que está ao lado não sabe a bendita linguagem de sinais – não aqueles sinais pelo menos - e está indefesa .
Já me disseram que eu canto com o corpo também - que bom, isso me deixa muito feliz! pois com a alma eu tenho certeza. E se o corpo não acompanhasse a expressão interior... me sentiria uma marionete de mim mesmo.


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Machos, machismos e outras coisas juntas...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Machos são 100 % "fálicos e vaginais", portanto passam muito tempo lidando com membros "inferiores"... Saiba que a expressão é usada exclusivamente no sentido de coisas que ficam abaixo da cintura.

As mulheres inteligentes são ameaçadoras pra estes - no caso sendo estas o objeto do seu desejo - pois começam a broxar os "ditos cujos" no cérebro e conseqüentemente a letargia se direciona para a parte principal de sua latejante - ou latente - existência...

Cara na boa! mentalidade broxa é imune a viagra, garrafadas e ao lendário ovo de codorna, claro! ninguém merece... ou merece ?!
Chega, enchi desse papo!
Foto: Fernanda Young para ilustrar o segundo parágrafo.

domingo, 26 de outubro de 2008

Série: A decadência do machismo e mais coisas juntas...

domingo, 26 de outubro de 2008

Das coisas que menos suporto na vida é o tal do machismo. Interessante que essa praga existe onde não faz o menor sentido - se é que em algum lugar teria que fazer - existe uma infinidade de mulheres machistas, e pasmem! inclusive gays e lésbicas.

Já ouvi algumas donas falando que seus maridos não deixavam que elas comprassem nada de vermelho pro enxoval do "bebê menino", por que era coisa de "boiola"...

- Que raio de cor tem o sangue dessas mulas? verde musgo?!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Efusões, livrarias e outras coisas juntas...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


Sou detalhista, exagerado, muito falante, bem humorado na mesma proporção que o inverso dessa lista... acho que rigorosamente na mesma proporção. Exagero!
Sou ótimo ouvinte desde que você me deixe falar alguma hora... Amo falar, por isso tenho dificuldades com terapia, somente porque odeio quando o tempo acaba, e depois me sinto ridículo de pagar uma pessoa pra me ouvir tagarelar, ao mesmo tempo que amo fazê-lo e acho essencial quando se precisa.
Mas não sou prolixo nem falastrão, por outro lado estou longe de ser lacônico... na verdade sou uma enxurrada de informações, penso mais rápido do que falo... mas isso melhorou, e como melhorou!

Uma outra característica: sou tímido, do tipo que chega nas festas escolhe a primeira pessoa conhecida que vê pela frente, senta e conversa com ela, as vezes dou o azar de pegar o plantão da mais chata, lógico que sempre me arrependo, mas preciso disso porque só assim consigo me ambientar pra depois cumprimentar as outras pessoas... Não me pergunte como enfrento uma platéia com a maior naturalidade do mundo.

Outra coisa, penso que bibliotecas e livrarias são lugares sagrados onde o silêncio se auto-impõe, deixei de freqüentar uma livraria por que os vendedores cometiam o sacrílego ato de falar berrando, além de fazer brincadeiras babacas uns com os outros, imagino que o último emprego deles deveria ter sido numa feira livre. Também já fui encontrado por uma pessoa efusivíssissima numa livraria, se ainda fosse na anterior, apresentava pros vendedores e saia correndo, mas nessa quase dava pra meditar de tão silenciosa, o que piorou a situação.

Tenho dificuldades com gente efusiva, não sei o que fazer perto delas, acabo virando o "animalzinho nas mãos da Felicia", dai elas podem fazer o que bem quiserem pois perco a ação.
Falando nisso, estava eu andando pela cidade, quando vejo a muitos metros de distância uma dessas efusões ambulantes, vindo em minha direção com um sorriso orelha a orelha, e já conversando comigo de lá...
Entrei em pânico pois não me lembrava nem de longe - literalmente - quem era a tal senhora... Quando chegou perto me abraçou, beijou, e falou, falou e falou !! me perguntava sobre a família citando nomes e eu em estado hipnótico pensava...
- Lembra, lembra, lembra!!...quem é essa dona Jesus?!!
Não precisei lembrar, ela dali mesmo me abraçou e beijou novamente, desejou felicidades e "lembranças" a todos e foi embora feliz da vida... simples assim.
Quanto a mim?!
Fiquei o resto da tarde, me torturando pra lembrar quem era a desconhecida festeira que sabia até meu nome.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dias gris, elefantes e homeopatas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Certa vez fui a um homeopata pra tratar minha riníte alérgica e outras chatices. Se bem me lembro o consultório ficava em uma parte da cidade, que pra mim não fazia sentido algum...
Achava que médico bom tinha que ter consultório no centro da cidade. Consultório numa casa e num bairro residencial?! bem de qualquer forma deveria ser parte das excentricidades do homeopata... com certeza se eu fosse um teria muitas.
Pra mim eles são quase transcendentais, me incomoda profundamente encontrar o homeopata de minha filha num barzinho com a esposa, ou andando nas ruas normalmente, ou comprando pão??!!
Sacrilégio!!! será que ele não sabe que esse povo não pode fazer isso? eles só existem ali na salinha de consulta, e fazendo cara de que sabem tudo e podem curar qualquer coisa crônica com seus vidrinhos e bolinhas manipuladas, aliás preferecialmente dose única.
Homeopata tinha que sair de casa em elefante indiano pintado. Sim! os homeopatas sabem coisas da alma, e os elefantes também ...
Voltando a minha consulta, lembro-me da pergunta que marcou essa minha experiência:
-
Como é um dia perfeito pra você?
Sem demorar absolutamente nada respondo:
- Um dia nublado, de preferência sem chuva!
Ele deixa escapar um ... Curioso!? e me pergunta:
- Por que?
-Não sei doutor, apenas gosto, eles funcionam como um dia bem ensolarado pra quem gosta desses.
Bem o final da consulta na verdade desembocou em muitas anotações e uma receita de ingestão diária, horas e horas seguidas. Que obviamente deixei pra lá...
Mas desde então, percebi mais os dias nublados e frios, ah! como são lindos ! e como me deixam disposto, gente que gosta de sol não consegue entender esse meu gosto gris, mas eu também não tento explicar, tem coisas inexplicáveis, que variam de humano pra humano.
Já temos tanta dificuldade com o que é explicável, já dá tanto pano pra manga tentar explicar o que está na cara, quanto mais o que não está, melhor apenas viver respeitando as esquisitices alheias e as nossas, claro!
Acho que um dia vou cantar em algum show "Uma louca tempestade", que foi gravada pela Ana Carolina .
Afinal entendo bem de tempestades, e essas que viram "tsunami do bem", tem o efeito similar ao dia em que Bob Esponja e Patrick, foram pintar a casa do Sr. Sirigueijo... Jogaram o balde pro alto e a casa ficou surpreendentemente bem pintada, você duvida? !
A vida e as tintas conspiram a nosso favor... Elefantes e homeopatas também.
Nota:
Uma louca tempestade composição de Totonho Villeroy e Bebeto Alves

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

PUTZ!!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Essa postagem deveria ser pra comemorar minha volta ás caminhadas... mas não será, vou desabar nela a torração de saco, pela qual passei hoje, aliás ontem.
Ah! segunda-feira o dia de todos os inícios, me preparei para o grande retorno! recarreguei meu inseparável Mp3, troquei o repertório - o que nunca é fácil - pois se fosse ouvir todas as músicas que programo numa caminhada só, precisaria ir a pé pra Serra talhada.

Pois bem, deu o horário... e meu corpo dizia:

- Vá! ... mas vá amanhã ou então deixa para dia primeiro de Janeiro, é um ótimo dia pra isso também...Fui mais forte e venci a letargia sedentária que queria se apoderar de meu corpo ou ficar nele.

Tudo ia muito bem, ja estava me sentindo meio endorfinado, até que uma coisa sai fora do script...

Preciso voltar ao passado aqui e me lembrar de tempos nérdicos, pré-adolescentes, mudanças cruéis, onde minha fase garotinho bonito, desapareceu completamente entre pêlos, voz, e algumas espinhas.E na mutação sobrou um palito de 44 Quilos, com um estranho cabelo meio ressecado penteado pro lado e um uniforme escolar desenhado pelo diabo.

Cara que fase sinistra! ... e meus amigos? tão "strangers" quanto eu, eles eram normalmente muito acima do peso ou abaixo dele, ou usavam óculos fundo de garrafa, ou era um menino que fui descobrir que era menina no segundo semestre, olhando a carteirinha que ela?! deixou sobre a mochila, enquanto ia bater uma pelada com os outros moleques... outros?!
Bem nessa fase tem sempre o bonitão popular da classe, que na minha turma, não era muito chegado a beleza, mas tinha bom papo e era inteligente (?) ou as meninas davam cola pra ele?! agora ficou uma dúvida no ar?! sei lá... mas o que sei é que ele era muiiito popular até em outras salas e eu... invisível até na minha.

O que me intrigava é que ele era apenas simpáticão, embora feioso, mas fazia muito sucesso com as meninas, professores e com ele mesmo claro! e eu achava que era preciso muito mais do que isso pra fazer algum sucesso, embora isso pra mim fosse irrelevante e altamente suspeito, pois pra quem tinha medo de responder até a chamada em voz alta...

Passando essa fase, eu já estava maior e menos esquisito, mas continuava um palito e o cabelo menos pro lado, já havia perdido contato com todos esses colegas e anti-colegas fazia algum tempo.
Lembro-me que certa vez subia a escadaria Maria Ortiz, para uma consulta médica, na cidade alta e estava acompanhado de minha mãe. Lembro também de estar momentaneamente surdo dos dois ouvidos por conta de uma otite das brabas - e adivinhe quem vinha descendo as escadas e nos encontra no meio?! o pop star da minha antiga sala de aula! sim ele mesmo, em carne e osso...Muito simpático até se lembrou de mim e me estendeu a mão, falando alguma coisa que para meu estado, era pura mímica - pois não ouvia nada - e ele muito constrangido olha pra minha mãe e pergunta - e não sei como, mas isso eu entendi:

-Ele tem algum problema?! que traduzindo era: virou autista? falando assim parece até que é opção né?! Minha mãe explicou da otite e eu me senti mais idiota ainda com a cara de pena que ele fazia ...Coitadinho além de mudo agora ficou surdo!Não acredito em Karmas, reencarnação e coisas do gênero, mas se acreditasse, esse cara faria parte de algo que eu estaria pagando por essas bandas de cá...tipo, encontros cíclicos, que teremos que fazer até que um dos dois - no caso eu - seja purificado e suba um degrau no jeito pop de ser.

saindo do flash back e voltando para hoje e para minha Caminhada - "the return", atravesso curiosamente a frente de um hospital e quem pula na minha frente?! surgindo do nada, parecia me esperar ali de tocaia desde aquela época: ele!!! meu - agora mais velho - colega pop star!

-Olá Robson!! quanto tempo?!! me estende a mão...e eu tive quase um "Deja vu", pois estava de fones nos ouvidos e a cena voltou a minha mente... Rapidamente os arranquei e respondi logo, antes que ele pensasse que eu tinha ficado surdo mesmo.

Fiz as perguntas que se faz nessas horas : Como vai? o que faz da vida? casou? e ele respondeu a todas e quando achei que fosse fazer o mesmo comigo, me olha de cima abaixo e faz aquela cara que fez anos atrás e exclama em tom baixo e cheio de perplexidade:

- Caramba como você engordou hein?!!.Nessa hora de fato, desejei ser surdo e saber linguagem de sinais, ah! e como desejei...
A figura tinha duas armas a seu favor que naturalmente neutralizaram qualquer comentário meu, até um obrigado que fosse...

A primeira: ele é daquele tipo "felicia", sim, bem efusivo! se você leu meu post sobre isso sabe como me comporto na presença de gente assim...sabe aquele coitado do "Ken", namorado da Barbie, que quando cai nas mãos de garotinhas malvadas, vira uma verdadeira "drag queen" de tanta pintura que elas passam nele, putz!!A segunda arma era aquele dente esverdeado, que ele tem desde a época de escola, que me fez lembrar o motivo pelo qual a maior lembrança que tinha dele era a boca, pois assim como era antes foi agora... não consegui tirar os olhos daquela esmeralda.

Quando comentou de minha "Gordura"- que nem é tanta assim- me deu um rápido tchau e foi embora... e sai dali pensando:

- Daqui há muitos anos vou estar velho e provavelmente terei uma bengala e ai se encontrar com ele...

Mas graças a Deus meu fiel escudeiro Mp3, mais do que depressa lascou a música que fecha a trilha sonora de "Hair" e ao som de um coro hippie/gospel, escuto...Let the sunshine! Let the sunshine in! The sunshine in!!... que assim seja em mim e no meu ciclico e pouco educado amigo pop star.

Mas no final o que importa é que voltei a caminhar, OPA! quase esqueço, houve outra coincidência ainda...

Encontrei minha mãe no trajeto de volta, fazendo a caminhada dela também, e agora concluo que poderia ter sido pior, ainda bem que ela não estava comigo no tal encontro, pois ele poderia perguntar pra ela se referindo a mim:

- Além de surdo, ele tem problemas de compulsão alimentar?! veio fazer redução?!


Observação importantíssima: estou apenas uns 10 quilos ou menos, acima de meu peso normal, só pra constar, o moço se lembrava de mim com corpo de adolescente da etiópia.O tal menino que era menina na verdade, mais tarde vi um notícia no jornal que estava se destacando no futebol feminino, usando o apelido de "Pelezinho".

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Liberdade de expressão sim!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Estava ouvindo uma de minhas trilhas sonoras preferidas, a do musical "Hair" de 1979 e acabei viajando nela e refletindo no efeito censura, AI-5, ditadura, etc...Dai lembrei das perdas que tivemos, especialmente no aspecto artístico e cultural pela seqüelas de movimentos repressores, quer fossem militares, políticos ou religiosos.
- Fiquei triste...
Me entristeci pensando na "disseminação estéril" que isso provocou, embora muitas pérolas tenham nascido desses atritos injustificáveis, afinal as pérolas nascem assim mesmo, nascem na atitude de defesa, nos anticorpos que a vida cria pra continuar viva.
Não posso deixar de pensar na geração que veio após esse período, ou cresceu nele, como eu por exemplo, no quanto que isso refletiu nas entranhas da família, lugar que essencialmente deveria ser um organismo de sensibilidade, criatividade, aceitação e somando tudo amor.
"O lar doce lar" absorveu os certificados de outros, ditando o que aquele povo, que morava naquela casa poderia ver, ouvir, ler, pensar e o que ensinar aos filhos sobre boa educação e "valores morais".
Reclamamos do aumento da marginalidade, da violência e buscamos saída futura sem olhar pro passado recente que nos envolve e assombra, onde os "marginais" eram os que apenas não concordavam, os que queriam liberdade de ser, pensar, escrever, ler, cantar e até de ficar... sim, aqueles que entendiam que "A moral e os bons costumes impostos" serviam apenas pra defender o passe livre no grande baile dos mascarados.
Esses "marginais poetas" perderam lugar para outros, do tipo que controlam as vidas do alto das favelas, com seu toque de recolher... percebe o mecanismo? mas estamos falando de quem? dos censores ou dos marginais? me perdi... O que sei é que o fator bélico hoje é mais poderoso e esses novos guardiões "daquilo-que-eu-quero-que-você-faça" ao menos usam máscaras visíveis...quando usam.
Pois é! a dona censura ganhou aliados nas casas, nas famílias, nas escolas e amizades e muitas das pequenas ostras desse período negro, se debateram com força, pra expelir o intruso maior do que elas, e antes mesmo que elas se soubessem alguma coisa, produziram pérolas que não podiam suportar; e explodiram em mortes precoces, deixando um vazio de possibilidades que poderiam ser simplesmente perfeitas e impactantes quando atingissem maturidade.
A censura tem como alvo principal tolhir, impedir o dialogo maduro, das discordâncias, das escolhas, da aceitação das diferenças, e aqueles que resolvem lutar sozinhos e inadvertidos contra ela, viram perseguidos profissionais, quase esquizofrénicos, "ex-combatentes do vietnã", daqueles de filme que vivem surtados... a guerra não sai deles, nunca acaba, sentem a ameaça de todos os lados, até onde o agente é apenas bom senso e busca de equilíbrio.
Penso que esta é a hora de gerar novos pensadores, formadores de opinião, pessoas com liberdade de escolha e de expressão, que todos nós, possamos usar as teclas do controle remoto e escolher o que vamos mandar alma adentro, deixar de sermos guardiões e extensões do medo e da intolerância alheia, deixar de assumir frustrações e escolhas que não fizemos, apresentar gregos a troianos, e deixar que eles se f *...censurado.
Vou te contar um segredo:
- Eu faço guerrilhas sutis, mando mensagens subliminares, critico "anpassan", faço sim! e acho muito bom, e quem tem olhos leia ... quem tem alma decifre ou do contrário te devorarei...
-Nonsense !? talvez.... por quê não?
”Título Original e no Brasil: Hair
País de Origem: EUA
Gênero: Musical
Ano de Lançamento: 1979Fox Filmes
Direção: Milos Forman

sábado, 18 de outubro de 2008

Inadequações

sábado, 18 de outubro de 2008

Semaninha estranha essa... um dos motivos foi o velho sentimento de inadequação que vai e vem sem avisar - e nessa onda cheguei a uma importante conclusão: cansei de pegar carona na depressão e ansiedade pra justificar esse e outros sentimentos.
Essa coisa de ser refém em potencial do que quer que seja putz! vicia, e gera um cinismo descarado, eu tenho avaliado todas as codependências e parcerias do mal em mim e meus sensores novos não param de piscar freneticamente.
Domingo estava brincando e fotografando bobeiras com uns amigos e um deles colocou uma paninho branco na cabeça, simulando um terrorista e eu ajoelhado como se fosse um refém...??!!!
Subconsciente é um trem sinistro, pois ontem um desses amigos me mandou as fotos e hoje olhando uma delas com calma e sem sono, me deparei com uma cena patética...Um refém com cara feliz e cínica!.
Meu Deus a que ponto cheguei?! imagine, tô dando bandeira radical tipo "lenda de fantasma que aparece em foto"...
- Valei-me Padre Quevedo!
Pense numa cara meio feliz, meio de bobo, com um ar de cinismo - meio monalisico - na boa... pra mim nada tem de misterioso naquele sorriso dela, que se concentra todo nos olhos, diga-se de passagem.
Quanto a minha foto? foi bem positivo e ao mesmo tempo surreal perceber isso - mais do que uma viagem paranóica - foi uma sacada boa, de que to mais aguçado, mais esperto quanto a minhas tramóias internas contra mim mesmo.
Semana passada cheguei atrasado ao ensaio do "Corda", e quando saí do elevador, ouvi os caras ensaiando... nossa tava lindo, perfeito! e eu não estava lá... adivinhe o que senti?! isso mesmo...
I N A D E Q U A Ç Ã O , aí junto, vem as neuras de sempre - sou um cantorzinho cretino - mentira - tenho dificuldades com notas graves - a maior das verdades - não toco nada - verdade - e o grupo pode virar instrumental que vai muito bem obrigado! - despeito puro .
Acho que ninguém lida bem com a realidade de não ser insubstituível, embora tenha que admitir, que essa percepção é uma ótima aprumadora, claro que é muito cruel, mas nos torna mais honestos e corajosos com todas as possibilidades ao invés de simplesmente fugir ou evitá-las.
Nesse momento, minhas disparidades, paradoxos, equívocos, medos, não me obrigam mais a tomar decisões que não quero tomar e nem me arrepender do que não preciso, e vejo as pessoas menos ameaçadoras a medida que também me ameaço menos.
Definitivamente não tenho dom pra ser refém de minha história e escolhas que fiz, e conseqüentemente nem das histórias e escolhas alheias. Embora seja óbvio que não se escapa ileso a essas coisas, ainda assim podemos sofrer menos, por total escolha... acho que isso deve ser amor próprio.