quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sobre bucolismo, anões e metal...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Em 1996 participei de um evento em Córdoba Argentina, algo como um intercâmbio com gente de toda parte (quase) do globo. Foi no período de um mês, com programações maravilhosas de integração com outras culturas, incluindo oficinas, várias, entre elas teatro e mímica a la Stoklos.
Lembro-me que numa delas eu estava falando sobre aspectos culturais do Brasil e tinha que esperar alguns bons minutos pra retomar a fala.Isso após todos os intérpretes terminarem suas traduções o que era no mínimo curioso de assistir. A programação incluía também, visitas e estadias em alguns vilarejos cordobeses. Pra quem é urbano como eu, deveriam ser de um dia apenas, talvez dois... três tudo bem! ta de bom tamanho.Mas os coordenadores do evento não pensavam assim...

Num deles chamado “Agua de Oro” lugar onde o frio da noite em plenos dias de janeiro era absurdo, provavelmente explicando a infinidade de macieiras carregadas aos quilos. O que também me fez acreditar que o lugar deveria ser um recanto de feiticeiras madrastas, do tipo que envenena maçãs entre uma compota e outra... Descobri lá que odeio compota de pêra e de maçã claro! envenenada ou não.

Nesse lugarejo nada me chamou mais atenção do que um anão metaleiro que andava agitando a noite da bucólica cidade. Sim acredite. E pra melhorar a historinha o moço se intitulava, ou foi intitulado “Fury”. Nunca vi um apelido, nome artístico, ou de guerra, sei lá... cair tão bem numa pessoa-inha.
Fury, era... digamos... alto pra um anão - pelo menos o comparando aos outros anões que já vi e além disso extremamente mal-humorado, do tipo boca suja. Usava uma roupinha preta de couro e tachas de metal nos braceletes, botas e um colete pra compor a “estilera”. Um anão metaleiro em qualquer outro lugar passaria batido, mas não ali naquela cidade. Tudo destoava naquele cenário, o "enano" desbocado deve ter sido - penso eu - esquecido por alguma Branca de Neve gótica, bêbada, drogada, prostituída, enquanto fazia uma manobra arriscada no trenó. Este óbviamente roubado do também bêbado, Santa Claus, depois de um show do Theatre of Tragedy no polo norte.
Anões são figuras curiosas. São intrinsecamente incomuns. Por exemplo:
- Nunca vi anões rodando bolsinha. Ou anão preso por assalto à mão armada. Nunca vi anão presidente. Nem anão travesti ou pedreiro que canta mulher. Nunca vi anãs grávidas, nem modelo de playboy. Nunca vi anão padre, nem freira, muito menos papa e tampouco médico. Já vi “noiva cadáver”, mas noiva anã nunca. E também nunca vi anão "dar-boa-noite-no-jornal nacional”... Seriam os anões deuses astronautas? Bem se eles o são... Fury é o capeta da vez.
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Nota importante pra não ser injusto: Esqueci do anão que foi preso em Newcastle, na Inglaterra. “contratado” pra ajudar uma gangue por sua capacidade de invadir locais por pequenas aberturas. O que revela que os anões são iguais a qualquer pessoa, inclusive as de caráter duvidoso.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

De gente que se acha...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008



Opus1

Hoje enquanto retornava pra casa, num ônibus enquanto-seu-metrô-não-vem. Comecei a rotina de revistas habituais quando me encontro nesses ambientes móveis. Enquanto a chuva caia copiosamente eu me dei conta da loura que estava sentada ao meu lado.
Do tipo cinqüentona, olhos muito maquiados (detesto essa palavra, mas a versão maquilagem é mil vezes pior), uma cara desconfiada que eu em principio pensei que era medo desse cabeludinho de barba por fazer, usando brinco e tatuagens que ela não viu mas imaginou.
-Aliás to meio de saco cheio do meu cabelo e de uma tatuagem específica.
Mas voltando a loura, movimentava-se muito e logo percebi que os movimentos sôfregos eram por puro nervosismo, abria e fechava a bolsa compulsivamente e a cada corrida que o zíper (essa palavra eu gosto) dava, ela me olhava de canto e pensava “Meus Deus tudo que eu precisava era um moreno desses”.

Opus 2

Quando eu trabalhava no Banco do Estado daqui, que fica ainda na praça 8 de Setembro daqui também. Aliás um lugar que demarca o centro da cidade, então já sacou que é um ponto comum pra acontecimentos dos mais variados né?!. Recordo-me das inúmeras vezes que o palco foi armado pra diretas já, impeachment de Collor, Lulalás e manifestações sindicais das mais variadas e curiosas. O que se destacava sempre nesses eventos, era uma figura rechonchuda que habitualmente vestia um shortinho largo e branco. Ah! como dançava. Não tinha pra ninguém, só dava ela.Os movimentos eram variadissimos, coisa de causar inveja a todas as louras e morenas do tchan e cia. Na verdade, a moça era incansável. Seus muitos quilos a mais não a impediam de traçar uma reta na imensa praça e atravessá-la num Pax-de-deux com ela mesma. E era bom saírem todos da frente, se não ela derrubava mesmo.
O solitário show não podia parar. Aliás, é fundamental lembrar que aquela diva louca, só parava quando um falador qualquer, interrompia o playlist pra reforçar o convite do evento.
Coitado, o que ele não percebia é que enquanto ele falava, o evento sentava-se num meio fio pra retocar a maquiagem para a próxima sessão.

Opus 3

Certa vez - pra variar - chovendo muito. Sim eu atraio chuva, e muita, do tipo tempestade querendo virar tornado. Entro num ônibus num terminal rodoviário desses insuportáveis e fedorentos da vida. Sento, e ponho-me a observar - aliás eu seria um ótimo scouter para alguma agência de modelos bizarros. Percebo que a minha frente num papinho animado, sentam-se duas jovencitas dessas clonadas, mas bem bonitinhas. A viagem inicia, a chuva cai, elas falam e ele olha para trás... Meu Deus o que era aquilo? Um senhor com cara de Speotyto cunicularia, começa a investir olhares ensaiados, tipo So Sexie - numa mistura cruel de Zé bonitinho sem laquê somada a uma versão indiana do Noel rosa - para as duas meninas. Elas conversavam e faziam de conta que aquele ser não estava à frente delas. Ele, meio coruja louca a todo instante virava-se para surpreendê-las com um novo olhar fatal. Vi passar ali vários deles, ele era o próprio lindo de plantão. Seu Laser Eye seria capaz de fazer Rodolfo Valentino virar uma odalisca e Marlon Brando a própria Gina lolobrigida. O que não esperávamos - elas e eu - é que ele havia preparado um grand finale pra toda aquela seduction. Numa derradeira virada o Macho fatale tenta sua última arma de conquista... Aparecendo do nada com um óculos de muitos graus, ensopado e embaçado que clamava por um limpador de parabrisas urgente. Faz cara de lindo e a mantém fixa aguardando o resultado.
As meninas entreolharam-se e eu também entreolhei-me... seguiu-se um breve silencio e ao mesmo tempo explodimos os três numa sonora gargalhada.
- Ele?!
Nem aí... virou-se pra frente e recolheu seu charme a nossa insignificância.


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A divisão do texto em "Opus" foi em homenagem a meu querido amigo Adriano Queiroz.
(Finalmente o Link dele tá funcionando)
Falando em obrigado, quero agradecer depois de um século e meio, a meu também querido amigo Ricardo do farelos & Silabas pela montagem fotográfica do novo (já velho) layout .

Imagem internet

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Esquadros - Adriana Calcanhoto

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dedico essa música a todos que gostam dela como eu, e mais... se sentem meio ou muito traduzidos quando a escutam
Abraço

terça-feira, 18 de novembro de 2008

“Separando alhos de Bugalhos e algumas citações"

terça-feira, 18 de novembro de 2008



Hoje amanheceu cinza e chovendo, fora e dentro de mim. O cinza de hoje não é o mesmo que falei pro homeopata textos atrás... Meu cinza mudou e eu não havia percebido.
Os ciclos que se fecham e iniciam são cada vez mais repletos de verosimilhanças e acho bom...
A verdade é uma dádiva das mais preciosas, mas nem por isso se torna fácil de ser ouvida, falada ou sentida...às vezes ela dói como um punhal entranhado nas vísceras.

As minhas são assim, se mostram nuas e cruas. Mas é assim que prefiro vê-las, cada vez mais despidas, cada vez mais cruas , olho no olho.
Observo mudanças visíveis e importantes. Não sei se por ser cantor e buscar na interpretação a forma de apresentar minha arte; posso sair de uma música densa e melancólica pra uma canção leve e às vezes pueril – como as boas cantigas de criança – saindo da tristeza pra me tornar um serelepe e alegre Pedrinho de Monteiro Lobato.E enquanto isso - aqui dentro de mim - não estar em sintonia com nenhuma daquelas verdades que os personagens interpretados apresentam naquele momento.
Isso me tornou mais centrado, concentrado e responsável com meus compromissos do “ser”, o que também acho muito bom.
Quero viver um dia de cada vez, ser fiel a mim mesmo e ao que sou.

"E oferecer apenas o trajeto que posso cumprir".

"Quando somos honestos e nos amamos na primeira pessoa, as outras, automáticamente são beneficiadas".
Percebo com muita clareza que mudanças produtivas acontecem a partir de quem somos de verdade... ainda que tenhamos apenas um pequeno vislumbre pra começar.
"E isso me faz bem... Como uma brisa boa soprando atráves de uma cortina".
Termino deixando que a canção do Gil traduza mais e mais o que tenho ainda pra dizer...
ou temos todos... quem sabe?

Sabe, gente.
É tanta coisa pra gente saber.
O que cantar, como andar, aonde ir.
O que dizer, o que calar, a quem querer.
Sabe, gente.
É tanta coisa que eu fico sem jeito.
Sou eu sozinho e esse nó no peito.
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder.

Sabe, gente.
Eu sei que no fundo o problema é só da gente.
E só do coração dizer não, quando a mente.
Tenta nos levar pra casa do sofrer.
E quando escutar um samba-canção.
Assim como: "Eu preciso aprender a ser só".
Reagir e ouvir o coração responder:
“Eu preciso aprender a só ser."
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Imagem: Internet
Musica: "Eu preciso aprender a só ser" - Gilberto Gil

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O casamento de minha avó.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Talvez eu seja um dos poucos netos que teve a curiosa oportunidade de assistir ao casamento de um avô, no meu caso avó.
Hoje enquanto lavava algumas panelas e copos e talheres e pratos e ufa!
"Cozinha só é bom pra cozinheiro chefe, pois não precisa encarar o detergente e a bucha de cada dia."
O troço é chato no que diz respeito a ter sempre coisas para serem lavadas, e numa diferença de minutos entre uma e outra. E pode piorar. Normalmente quando você está lavando vem alguém pega um copo.Usa. E ei-lo novamente para ser lavado e o inferno bate palmas.
Mas falei de cozinha, por que sempre que estou lavando louças minha mente viaja léguas no passado e pior... no futuro... Conjecturas sobre os males de cada dia, coisinha boba.

Entre uma enxaguada e outra me veio a mente o segundo casamento da vovó.
Sim.Minha avó casou-se novamente na década de 80.Em meio a New waves, Madonna,Barão, Chacrinha, RPM, Legião , Monique Evans, Luiza Brunet e cia.

O casamento em si foi estranho e totalmente Nonsense. A vovó usava um tailleur - que num bom embromeition deveria ser talher em francês, que combina com cozinha, na mais infame das traduções – e um cabelo... aliás sempre me perguntei...
- Quem teve a idéia daquele cabelo Cyndi Lauper pra minha vó?! Estava como direi...
" Na cabeça errada ou o corpo no cabelo errado" sei lá... mas aquilo me causou certa angustia.
E o que falar da entrada dos noivos?! Foi a mais rápida que já vi. Minha vovózinha nos seus... bem não serei indelicado... alguns muitos anos de idade e seu noivo com outros muito mais do que ela, pareciam doidos pra tirar as teias da forca ou na pior das hipóteses, casar rápido antes que algum filho acordasse do impacto daquele casamento feito às pressas e vetasse com maioria perplexa de votos.
Bem, nada contra velhinhas casarem novamente, lógico! mas a vovó conheceu, namorou, noivou em apenas 1 mês?!... houve quem perguntasse baixinho entre um abano e outro de leques, sim casamento de velhinhas tem muitos leques.
- Será que ela esta grávida?!
- Menina nem te conto... dizem que ele fez mal pra ela!
Bem grávida ela não estava pra desgosto dos alcoviteiros de plantão, mas a parte curiosa não foi o casamento em si, mas o antes e o depois...
A esperta da velhinha, sabendo que os filhos – vários – poderiam acordar e não concordar com esse casamento às pressas, teve a grande sacada de procurar um por um dizendo que todos os outros já haviam concordado.
Totalmente constrangido "aquele", pra não ser o estraga-prazeres aquiescia e assim a senhorinha esperta conseguiu a benção da filharada toda.
Uns dois anos depois, se não me falha a memória, chego pra ela e pergunto:
-Vó, por quê a senhora resolveu se separar do Senhor X ?
Ela numa carinha sapeca responde...
- Eu hein?! homem mole! Muito devagar pro meu gosto ...
Depois dessa, eu não me surpreenderia nadinha, se ela saísse da sala malhando e cantando:
“Oh, let's get physical, physical; Let me hear your body talk”

Afinal estávamos nos anos 80 né?!

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Physical: Sucesso gravado por Olivia Newton-John em 1981
Foto: internet

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A minha extravagância...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Uma das coisas que me faz querer escrever cada vez mais, é a possibilidade de não-ter-que-fazer-sentido.
Ainda mais quando se assume uma cara-de-pauzice como a minha de publicar insensatezes a torto e a direita quando me dá na telha.
Estou lendo um livro de crônicas do Mário Prata, e uma em especial me chamou a atenção.
Ela se chama Extravagância. Nesse texto ele fala de palavras, que em sua opinião não combinam com o sentido dado a elas.
Lógico que depois de ler isso, todas as palavras que carrego na mente e que não fazem o sentido - estabelecido por sei lá quem – que deveriam fazer pra mim, vieram aos montes.
Por exemplo:
Bastardo: Acho essa palavra linda e penso ser injusto o significado que lhe é atribuído. imagine! quer algo mais legítimo do que esse nome? que inclusive poderia ser próprio: O Sr. Bastardo de Alcântara convida para ... tudo a ver! ainda mais seguido de convida.Pena que os bastardos que andam por ai não conhecem essa palavra.


Hodierno: Outra palavra que não me desce o significado, tudo bem, mas acho um contra- senso ela significar atualidades com essa cara de hodierna que tem. Acho que ela deveria ser aplicada a alguém compulsivamente chato, daquele tipo... hmm...bem! ... hodierno.


Imagético: Além de tudo é feia a infeliz. A bem da verdade. Crianças e homens são totalmente imagéticos e as mulheres tem uma relação estranha com a tal palavra. Apesar de apostar nela com tudo que a santa Avon, suas descendentes e adjacentes podem oferecer; elas não são imagéticas no plural, só no singular... não entendeu?!.Quintana me entenderia.
A tal palavra, tem cara de remédio pra azia e prisão de ventre:
-Nossa! to com uma dor no fígado! ... Toma um Imagético que melhora!
- Bebeu demais? abusou da feijoada ? tome Imagético!
- Prisão de ventre? Intestino irregular? que isso?! pare de sofrer tome Imagético!
- Tome Imagético e dê adeus às hemorróidas!
Melhor parar por aqui ...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Questionamentos infantis (?)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Enquanto comiamos deliciosos pastéis de sabores variados na casa da tia, meu filho de 7 anos me lança uma curiosa pergunta:
- Pai as pessoas são treinadas pra ter filhos?
Intrigado respondo com outra pergunta...
- Como assim filhote? treinadas como?!
- Assim... com perguntas pra responder, coisas assim ...
- Não filho, isso não acontece... mas por que você pergunta ?
- Nada!... é que eu penso que deveria ser o certo isso...
Silencio e olhares de concordância entre nós.

domingo, 9 de novembro de 2008

Para a amiga mais amiga que tenho na vida....

domingo, 9 de novembro de 2008

Meus amigos são todos assim... metade loucura, metade santidade.

Escolho-os não pela pele, mas pela pupila...

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

Fico com aqueles que fazem de mim "louco" e "santo".

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Coisa de louco... Louco que senta, horas e horas, de conversa ou de silêncio, e espera a chegada da lua cheia.

Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Não quero deles só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria... Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem.

Mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.

Quero-os metade infância, metade velhice.

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto.

E velhos, para que nunca tenham pressa.

Preciso deles para saber quem eu sou, pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei que a normalidade é uma ilusão... estéril!

Autoria do texto: Oscar Wilde.
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Dedico esse texto a melhor amiga que tenho na vida. Melhor, por que me conhece do avesso e ainda assim acha graça... Escancaradamente pra você Ciane.
Tenho outros - poucos - grandes amigos, mas não posso comparar a ela, e sei que eles sabem que não... beijo a todos os outros.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Deus me livre e guarde! gente que vive pra chamar a atenção é um saco! quanto a indivíduos com esse perfil, tenho estado na configuração : Tolerância zero!
Sei que não é nada legal intolerância, mas considero na mesma proporção o "Pare o mundo que eu quero ficar e encher o saco".
Tem gente que se recusa a amadurecer, compete até com a sombra, na tentativa de atrair a atenção alheia.Não importa o tipo e sim que funcione.
Tenho uma amiga* que defende a tese de que a admiração se divide em duas modalidades:
A boa...
-Nossa como te admiro!
E a ruim...
- Nossa me admira você!
Tais indivíduos se beneficiam das duas pra conseguir seus intentos egocêntricos, são capazes de cortar os pulsos com barbeador descartável, fazer comprimido efervescente virar sublingual e babar, babar e babar... E se apenas a carrocinha aparecer pra recolher- tá de bom tamanho, o difícil é alguém querer resgatar em até três dias.
Esses são aqueles que brincam de se afogar, adoram ser lenda urbana, adoram sumir do mapa e adoram aparecer depois, com cara de ressurreição ou insurreição. Amam ficar catatônicos ou monossilábicos, assim como amam monopolizar e fazer o "monólogo de mim mesmo" chamando pra si os ouvintes incautos e até mesmo bem intencionados.
Viram empresários de suas doenças físicas e emocionais, potencializando-as ao ultimo grau, para que elas - as doenças - os auto-justifiquem e sejam "abacaxis molotov" pra quem estiver pela frente, disposto a descascar ou ser descascado.
Acho que essa necessidade de chamar atenção, pode e deve ser usada sempre de forma produtiva.

Nada que um bom curso de teatro, canto, artesanato - ou sei lá - não resolvam.
O palco - por exemplo - é o lugar ideal pra resolver tal deficit de atenção, lá os aplausos são justificados e as vaias também... nesse caso melhor pra quem vaia, pois no coletivo passam batidos sem chance de represálias nos bastidores.

Deixando bem claro que não me refiro a quem sofre de depressão e luta pra sair dela, mas sim daqueles que sofrem de "criancisse com agravante de chatice crônica", e lutam pra permanecer nela.
* Citação de Gislene Santiago, uma famosa cantora lirica e grande amiga que abandonou os palcos pra cuidar de sua filha lalá, mas se bobear ela volta...
Hoje se dedica tambem ao preparo de cantores que um dia serão famosos, e ricos, e muito gratos, e lhe farão um busto. Falando nisso ela tambem assistiu Elvira, mas não se aventura em tais malabarismos , o canto lhe basta.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Agradecimento sincero

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quero agradecer de coração a todos os leitores que tem passado por aqui, os que deixam comentários fazendo o que chamo o "avesso do blog" - sem o sentido de contrário - mas simplesmente me referindo ao outro lado dele.Vale comentar que nem sempre avessos são simplesmente o contrário de coisas, pois os bordados que minha cunhada faz - por exemplo - tem em seu avesso outra obra de arte de tão perfeitos que são.

O agradecimento vai na mesma intensidade, pra quem apenas lê e me faz saber de outras formas suas impressões.E claro! também vai para os leitores anônimos que passam por aqui e saem discretamente sem se fazerem notar.

Escrever aqui tem sido um bom espelho pra mim, e arrisco dizer que já começo a gostar do que vejo... antes me achava apenas um grande cara de pau.

Um abraço sincero!
PS: Não se sintam na obrigação de responder a esse post, eu na verdade ia bloquear comentarios a ele, mas não sei como faze-lo ainda hehehehe.... e outra, continuo crendo na liberdade de expressão, saibam que o contexto é só agradecer mesmo , principalmente por que amo fazer isso ( me sinto ridículo explicando isso mas...)

sábado, 1 de novembro de 2008

Aviso: texto longo e pesado...

sábado, 1 de novembro de 2008

O Código Penal iraniano descreve a morte por apedrejamento. Chega mesmo a recomendar o tamanho das pedras para que estas causem dor, mas não causem a morte imediata. O Artigo 102º do Código Penal afirma que para a morte por apedrejamento, os homens devem ser enterrados até à cintura e as mulheres até ao peito. O Artigo 104º declara, em referência à condenação por adultério, que as pedras não devem ser “demasiado grandes para não provocar morte imediata, mas também não devem ser demasiado pequenas, senão não são consideradas pedras”.

A razão disso? "religiosidade" essa praga esconde dentro de si os piores demônios - os do tipo humanos que não se enxergam - aqueles que se sentam sobre seus enormes rabos, e ficam horas, dias, anos a espreita de um pecador incauto que lhes cruze o caminho.

Seu desejo de "salvar" funciona pela politica de cotas e bônus que os tais "imaculados" esperam receber ao " transformar" a vida de um miserável no modelo "contemplativo e asséptico" que é a vida deles.

São donos do Pai do Filho e do Espírito Santo, são os verdadeiros senhores dos anéis - o anel revela o que se tem dentro e não o contrário - mas esses seres iluminados, não tem nada pra ser revelado que não esteja na cara, são portadores de corações cheios!.Sim. cheios de rapina e vontade de fazer tudo aquilo que abominam nos outros, e quando fazem, distorcem na medida de sua visão suja, nebulosa e preconceituosa.

Lembro-me aqui de uma frase de Oscar Wilde : " O diabo é muito otimista se pensa que pode piorar os homens!"

Eu recentemente me converti ao cristianismo puro e simples, já fui católico, tive uma incursão meio que de paraquedas numa sessão espirita - do tipo que se toca tambores - e fiquei chocado! era criança e pra mim o que causa horror a crianças não pode ser bom - ao menos a essa criança aqui - além do que, abomino a idéia de perder meu desejo de escolha consciente, seja para um espírito ou para alguém de carne e osso.

Já me aventurei pra conhecer as ideias da dita parte branca da coisa, mas a tal reencarnação não me desce...

Olhando a foto acima alguém em sã consciência pode de fato acreditar em evolução de espírito aqui nessa esfera?... faça-me o favor! sério?... Se eu tivesse que voltar então queria voltar como pedra, ao menos com sorte, alguém poderia me arremessar de volta na cabeça de um tarado assassino desses.

Já fui evangélico em algumas de suas variações - e também não deu - é muito exaustivo usar a fé como arma pra tentar coagir Deus a cumprir meus caprichos, não quero jejuar pra tentar convence-lo a fazer algo que ele não esta afim de fazer, pois se isso não funciona comigo o que dirá com o Bom Criador.

No meu caso, tudo aquilo que envolve muito ritual humano, me coloca em risco, pois vaidoso que sou, vou querer chamar a atenção e o fariseu que habita em algum lugar em mim vai logo mostrar as franjas.

Além do que sou inapto pra tal religião, não consigo matar um leão por dia pra ser aceito, e a escada do sucesso evangélica é muito alta e tenho pavor de altura, na verdade uma fobia terrível. Além do que:

- Sou cheio de contradições assumidas.

- Me exponho com facilidade, inclusive meus equívocos (que não são poucos).

- Não acredito em musica santa.

- Não tenho a pretensão e nem o poder pra salvar ninguém.

- Não tenho tendência pra Nero e não estou afim de incendiar o Brasil ou lugar algum. Clichês carismáticos

- Erro diariamente e também me dou o direito de mudar de opiniões.

- Não me dou bem com identidades secretas, me denuncio muito fácil, não consigo ser um alguém fora dos "ambientes sacros" e ser outra dentro destes, especialmente por que creio na sacralidade do "ser" e não de lugares.

E principalmente não sou dado a respostas prontas e simplistas do tipo que minimizam, maximizam ou simplificam as crises alheias

Aliás, tampouco me sinto na obrigação de te-las, na melhor das hipóteses ofereço ouvidos e ombros.

Consigo ver dignidade numa prostituta, que vende seu corpo mas não dá calotes materiais e emocionais em ninguém, promete apenas o que se pode pagar. Ela é o que é - não faz "Cara de Maria do sagrado coração" - pode até fazer em horário de trabalho pra satisfazer algum gosto excêntrico, mas não o faz pra se esconder de si mesma e dos outros.

O apedrejamento em "nome de Deus" também é praticado hoje nas boas casas do "ramo religioso" ocidentais.Sim. E como! só que com uma diferença - a morte começa lenta... primeiro por dentro e pode durar anos a fio ao contrário dos pecadores do oriente, pois esses ao final de algumas horas já desencarnaram e desencanaram.

Aqui o requinte de crueldade está na dor que se sente escondido, aquela que faz molhar o travesseiro no quarto escuro e solitário, e a física vem com o tempo e normalmente começa pequena até atingir proporções quimioterápicas. Gostaria de crer que estou sendo exagerado, pessimista - falo de todo coração - mas ao mesmo tempo, também sei que essa é uma mentira que não vou assumir pra aliviar a minha barra ou a de qualquer outro.

Me incomoda a promoção do "pecado" alheio pra esconder os meus ou usar alguém como "Judas de sábado de aleluia" pra exorcizar minhas iras, taras, frustrações, rancores e temores.

O que nos difere de Judas e que ele não pós a culpa em ninguém a não ser em sua própria fraqueza, mas se tivesse olhado em volta, fatalmente teria se perguntado:

- Sou só eu? cade os outros?!
Essa gente dada a pedradas, gosta de mentiras institucionalizadas e abençoadas pela madre igreja seja lá qual for seu letreiro.

Um casamento pode estar falido, mas se os envolvidos conseguem manter as aparências com seus papéis bem decorados - pra não estragar a cena no teatro de domingo - beleza! tudo bem que não ganham Oscars, mas das pedradas ao menos se livram.

Tolinhos os que acreditam que na concepção destes, o famoso "fiéis até a morte" tem a haver com os indivíduos no casamento; que nada! fiéis até a morte, sim!... mas do "casamento instituição ", sem chance de recomeço dos que um dia acreditaram equivocadamente que eram feitos um para o outro.

Tais uniões não tem a chance nem de reviver em si mesmas, ou permitir a seus envolvidos descobrir uma nova oportunidade, pois nesse ambiente estéril não se pode reinventar ou redescobrir nada.

Nesse ponto decido parar essa escrita, pois falar nisso me envenena a alma - tenho sensores novos contra isso - prefiro falar de amor, de aceitação, de setenta vezes sete chances de recomeçar, aprecio falar a verdade e na mesma proporção ouvi-la, por isso me deixei seduzir pelo vida do Carpinteiro de Nazaré - exatamente por que se aproximou de mim não por meus louvores ensaiados, por minha "bondade" esquisita e nem por minha maldade mascarada, não me ofereceu nada além dele mesmo, não me prometeu sucesso ou prosperidade "A la Bill Gates", não se aproximou como dono de corretora de lotes celestiais, embora exista um exercito voraz de corretores não credenciados, de olho nas comissões que vão garantir sua aposentadoria dessa terrinha suja e contaminada.

Ainda bem que carpinteiros são artistas, e esse de Nazaré então... posso passar horas deixando ele me talhar, as vezes fico em silencio, as vezes grito, as vezes choro, as vezes reclamo e quando olho pra ele, ta lá o velho e doce olhar de aceitação e paz, que me incentiva a continuar crendo que nas suas mãos, melhor é o fim do que o começo das coisas.

Desculpem, mas esse texto apenas saiu, não estou aqui evangelizando ninguém, só estou de saco cheio hoje... mais pelos algemados do que por mim, e infelizmente quando olho pra dentro dessas "santas instituições" apenas uma frase me ocorre... I see dead people!


Faço uma ressalva aqui, não quero generalizar o que disse e ser injusto com uma quantidade enorme de gente boa, honesta e amável que é ligada a essas religiões.

Meu pensamento é focado na base que mantém essas tais religiões onde elas estão, e quanto a mim? - amo praticar e partilhar comunhão - pois acredito ser essa a essência e melhor manifestação de minha fé cristã.
* observem na foto a frieza e naturalidade com que as pessoas a volta olham para a mulher.
Ps: Perdão mas não corrigi esse texto nem na ortografia do blog, apenas pari...