Amizade é um de meus temas preferidos.Hoje mais do que nunca percebo o valor disso pra mim… tenho amigos maravilhosos e leais, disso não posso reclamar ou fazer qualquer tipo de lamentação, pelo contrário, o sentimento é de enorme satisfação pela existência de cada um deles.
Por conta dessa percepção outros insights vieram, e arrisco dizer que acredito existir um tipo certo de amigo pra cada um. Tudo bem, parece óbvio mas não é, juro, pelo menos eu penso que não…
Meu tipo de amigo, por exemplo, não pode ser inseguro quanto aos meus sentimentos, ou esperar presença diária pra justificar que a amizade existe.Posso passar anos sem ver ou falar que o sentimento é o mesmo… funciona como se tivesse visto ontem (fato é, desde que sejamos considerados amigos íntimos).
Continuo crendo que nossas frustrações com as pessoas tem o exato tamanho de nossas ilusões com as mesmas, batata! acho que isso é de lei. Não preciso de que meus amigos me provem amizade o tempo todo… não gosto de cobranças e por isso não cobro, já cobrei muito no passado e só enfermei por conta disso.
Acredito em eternidade e em valores eternos, penso que a amizade verdadeira se faz nesse plano. Eternidade não tem tempo passado, presente ou futuro apenas é… isso tem me bastado e curado de dentro pra fora.
Tenho alguns poucos amigos na esfera virtual, alguns deles são blogueiros.Não sei como funciona pra eles essa questão, mas pra mim é igual… não descarto amigos, posso descartar blogs e até blogueiros mas amigos não. Alguns conheço de forma bem pessoal, já “ouvi” segredos de estado, coisas muito, mas muito pessoais e pra mim continuam pessoais e guardados como se o contato fosse além do teclado e do mouse.
Mas não posso ser outra pessoa além do que sou, minha fidelidade é antes de tudo comigo mesmo e com a proporção do que posso oferecer… sempre. Houve um tempo em que fui escravo da aprovação alheia e, lógico, sempre me ferrei porque ninguém é aprovado o tempo todo, Graças a Deus!
Essa coisa do “faz que eu faço “ não combina comigo, faço o que estou afim de fazer e por isso não me sinto no direito de cobrar das pessoas que sejam diferentes disso. Posso exemplificar isso…
Fulana A: – Tô cansada de só eu ligar pra fulana B e ela não me liga…
Ouvinte : - Mas quando você liga pra ela o papo flui? ela te trata com reciprocidade? ela não te liga com a mesma frequencia que você mas liga em algum momento?
Fulana A : - Ah sim! flui legal, disso não posso reclamar e de vez em quando ela me liga sim, claro que não como eu gostaria né?! mas liga.
Ouvinte : – Telefonar pra ela te faz bem?!
Fulana A : – Simmm claro que sim , aliás adoro telefonar pra todos os meus amigos, mas confesso que gostaria que eles me telefonassem na mesma proporção… inclusive já pensei em dar um gelo, ficar uns dias sem ligar pra ver se eles se tocam, sentem minha falta, sei lá…
Ouvinte : – Mas aí você estaria sendo injusta e infiel com você mesma, porque ligar para os amigos é um prazer que você se dá, faz parte de sua personalidade… eles tem a linguagem deles para demonstrar que se importam, você fica tão concentrada nas suas necessidades e na forma que quer ser correspondida que não percebe… quem está se descaracterizando nessa história é você… sacou?
Fulana A : – Viado!
Esse final ficou com cara de auto ajuda né?! bem… como diria *Chicó: “Num sei só sei que foi assim…”
Abraços
* Personagem de Ariano Suassuna no “Auto da Compadecida”