
Reações apropriadas definitivamente não são o meu forte. Não me dou com obviedade circunstancial. Isso não interfere em nada em minha educação nem no trato com as pessoas, no que diz respeito ao dia de cada dia. Meu problema é quando se espera que eu tenha reações ensaiadas, apropriadas quando o óbvio se manifesta.
Não agüento a lenda urbana - embora seja urbaníssimo - de gente que é bem resolvida 24 horas.
Retirem-me o direito do desequilíbrio momentâneo e prepararem- se para um mal-humor “a lá Lula molusco” ou na pior das hipóteses “pateta no trânsito”.
Pelo amor de Deus! Deixem-me rir quando não posso, deixem-me não-saber-de-qualquer-coisa, deixem-me ficar sério e em silêncio quando acordo. Deixem-me dormir tarde-que-faz-mal-pra-saúde, deixem-me não gostar de futebol e de Ronaldinhos, deixem-me não saber usar martelos e pregos, deixem-me chorar quando ninguém está chorando ou rir na mesma proporção, deixem-me não achar graça de piadas e odiar contá-las.
Dêem-me ainda a graça de ser sem graça quando não acho graça. De gostar de poesia e de todas as cantoras “Homoeróticas” - odeio essa palavra.
Não me obriguem a dizer que achei lindo quando achei uma bosta.
Deixem-me andar sem combinar cores ou então sair tom sur tom, não me obriguem a achar Caetano Veloso o supra sumo da inteligência e nem Preta Gil a herdeira da voz e da cultura.
Também tem algumas palavras (mentira, tem uma) que me tiram do sério, exemplo: Relaxa!
Posso estar num estado zen ou rem, se essa bendita aparece fora do contexto dela, ou seja, numa sala de Yoga, massagem, um exame de próstata … me dá rebote na hora!
Dizem que os cronistas mentem… bem, não sou mentiroso e nem cronista… acho…
Mas, deixa pra lá…
Relaxa!