sábado, 18 de outubro de 2008

Inadequações

sábado, 18 de outubro de 2008

Semaninha estranha essa... um dos motivos foi o velho sentimento de inadequação que vai e vem sem avisar - e nessa onda cheguei a uma importante conclusão: cansei de pegar carona na depressão e ansiedade pra justificar esse e outros sentimentos.
Essa coisa de ser refém em potencial do que quer que seja putz! vicia, e gera um cinismo descarado, eu tenho avaliado todas as codependências e parcerias do mal em mim e meus sensores novos não param de piscar freneticamente.
Domingo estava brincando e fotografando bobeiras com uns amigos e um deles colocou uma paninho branco na cabeça, simulando um terrorista e eu ajoelhado como se fosse um refém...??!!!
Subconsciente é um trem sinistro, pois ontem um desses amigos me mandou as fotos e hoje olhando uma delas com calma e sem sono, me deparei com uma cena patética...Um refém com cara feliz e cínica!.
Meu Deus a que ponto cheguei?! imagine, tô dando bandeira radical tipo "lenda de fantasma que aparece em foto"...
- Valei-me Padre Quevedo!
Pense numa cara meio feliz, meio de bobo, com um ar de cinismo - meio monalisico - na boa... pra mim nada tem de misterioso naquele sorriso dela, que se concentra todo nos olhos, diga-se de passagem.
Quanto a minha foto? foi bem positivo e ao mesmo tempo surreal perceber isso - mais do que uma viagem paranóica - foi uma sacada boa, de que to mais aguçado, mais esperto quanto a minhas tramóias internas contra mim mesmo.
Semana passada cheguei atrasado ao ensaio do "Corda", e quando saí do elevador, ouvi os caras ensaiando... nossa tava lindo, perfeito! e eu não estava lá... adivinhe o que senti?! isso mesmo...
I N A D E Q U A Ç Ã O , aí junto, vem as neuras de sempre - sou um cantorzinho cretino - mentira - tenho dificuldades com notas graves - a maior das verdades - não toco nada - verdade - e o grupo pode virar instrumental que vai muito bem obrigado! - despeito puro .
Acho que ninguém lida bem com a realidade de não ser insubstituível, embora tenha que admitir, que essa percepção é uma ótima aprumadora, claro que é muito cruel, mas nos torna mais honestos e corajosos com todas as possibilidades ao invés de simplesmente fugir ou evitá-las.
Nesse momento, minhas disparidades, paradoxos, equívocos, medos, não me obrigam mais a tomar decisões que não quero tomar e nem me arrepender do que não preciso, e vejo as pessoas menos ameaçadoras a medida que também me ameaço menos.
Definitivamente não tenho dom pra ser refém de minha história e escolhas que fiz, e conseqüentemente nem das histórias e escolhas alheias. Embora seja óbvio que não se escapa ileso a essas coisas, ainda assim podemos sofrer menos, por total escolha... acho que isso deve ser amor próprio.

22 contribuições para o avesso do Blog:

Michele Moura disse...

Com certeza ninguém é insubstituível... mas cada um é único e, portanto, especial.

Cada pessoa que cruza o nosso caminho nos toca de uma maneira única.

De certa forma, até certo ponto, nós somos o resultado dos relacionamentos que temos conosco e com as outras pessoas.

O grupo, com certeza, poderia "se virar" sem ti, da mesma maneira que tu sem o grupo.

Mas em ambos os casos já não seria a mesma coisa. A ausência de qualquer membro do grupo, mudaria drasticamente a trajetória que o grupo é capaz de construir.

Não digo que isso seria bom ou mau, mas seria diferente... talvez até fosse incompleto.

[Eu assisti ao vídeo e comentei no outro blog]

grande beijo meu querido
e sucesso sempre e em tudo!

Adriano Queiroz disse...

As inseguranças, os medos, os questionamentos, estranhamentos, são típicos de pessoas que procuram autoconhecer-se, e isto pesa. Tem que tentar não ir aos extremos.

Anônimo disse...

Nossa, muito bom falar assim. Ser sincero com você mesmo e o mundo. Eu lembrei de algumas sensações que tinha há um tempo. Pode parecer clichê, mas a verdade é que somos responsáveis por nossa própria felicidade, e não culpados.

Acho que a questão nem é ser insubstituível ou não. Mas a presença que fica mesmo quando não está.

Sucesso!! :)

beijos.

Beto Canales disse...

Como sempre, muito bom...

Cara de 30 disse...

Acho que o pior dos medos de todos os seres humanos é pensar em como as coisas vão continuar sem a sua presença.

Não precisa ser só quando a morte nos alcança mas, por exemplo, como o grupo que você faz parte continuaria SEM você. Será que estariam melhores ou piores?

Será que os nossos amigos falam bem e sentem a nossa falta quando não estamos presentes?! Ou pensam em começar o ensaio sem que estejamos lá?? Essa é a questão.

Infelizmente, não sei te responder, amigo.

Tânia N. disse...

Muito legal!

Anônimo disse...

Desabafo, auto-crítica, constatação, enfim, um texto excelente e de grande valia, não só para ti, por ter te proporcionado reflexões tão pertinentes, como também para quem te leu, pois abre possibilidades de nos indagarmos até que ponto somos 'insubstituíveis' na vida de alguém.

Fica um raio de luar brincando nos teus sonhos e um beijo no coração.

Karen disse...

não falei mais que a verdade! você parece sempre tão seguro, parece sempre saber tudo mesmo que diga 'não sei'. é só um pré-conceito. e me desculpe a demora para responder, andei fora de casa uns dias :)
beijo.

Anônimo disse...

olá.

Bem, achei bem escrito o texto, mas não entendo muito de pessoas, eu acho, mas enfim, acho que tomou uma boa decisão, realmente os medos e as insatisfações não nos adiantam de nada, é sempre melhor levantar a cabeça e vencer os medos.

e depois, uma certo grau de individualidade faz bem.

sorte e luz.

Cris Medeiros disse...

Vc assim como eu é bastante cruel consigo mesmo... Cobra demais de si e talvez muito mais do que cobra dos outros... Indulgência é o que devemos ter conosco, é movimento que devemos procurar!

Agora vc vai escrever nesse endereço? Vai abandonar o outro endereço?

Beijocas

Robson Schneider disse...

Vou continuar escrevendo aqui os meus textos e no outro endereço, vou dar espaço pra contos e poesias, além de outros segmentos artisticos.
BJ

Escriba Eventual disse...

Certo tempo entrei em leve depressão pq estava focando muito a minha atenção nos meus defeitos e isso tomou uma proporção tal que não conseguia ver boas qualidades em mim. Agora, penso que é tão natural ter defeitos e que todos tem os seus que acabei melhorando.
É como se vc se desse uma trégua. As vezes ela cessa...mas, daí vc faz um esforço e volta a ser vc mesmo sem encanações.
Quanto ao ser substituível: todos somos, mas mesmo assim devemos nos valorizar.
Não sei se fez sentido o que eu disse com o que vc disse, mas foi o que o seu texto me fez pensar! rsrs
até mais

Thiago Cavalcante disse...

Robson, foi bom recebê-lo pela no "Debaixo das Asas".
Obrigado pelo elogio ao meu blog.

...

Gostei do seu post. Em especial o trecho quase que inicial:

"... cansei de pegar carona na depressão e ansiedade pra justificar esse e outros sentimentos..."

Com frequência tenho dado sinal na etsrada da vida. (É complicado).

Legal saber que você é músico.
Toco Flauta transversal e Clarineta.

Um abraço.

Tânia N. disse...

Amamos a sua visita!
Beijocas,

nina disse...

Há muito questionamento nas coisas que você escreve.
Essa coisa de "ser refém" de tudo é um absurdo real, afinal, somos reféns da vida e de tudo q nos absorve.

Abraço.

Felipe Lima disse...

Acho que dos textos que você escreveu, esse é o que tem significado mais especial pra mim. Mesmo.

Não se chateie por ter perdido o layout anterior, acho que a mudança foi positiva. Grande abraço, Robson.

Conde Vlad Drakuléa disse...

Faço minhas as palavras da querida Michele, cada um é único, especial, emite uma luz própria, um brilho diferenciado... E todos, todos, somos importantes, pois muitos de nós, como tu e a querida Michele por exemplo, sabem como ninguém, "fazer a diferença"!!!! Abraços para ti e sorte!!!! Voei!

Jana Lauxen disse...

Pegar leve.
Esse é o segredo da vida.

Flávia disse...

Pode estar sendo metida a besta... mas aprendi a me considerar insubstituível, sabe? Não melhor. Nem pior. Mas insubstituível. Porque há de fato no mundo quem possa fazer as mesmas coisas que faço, isso é verdade - mas nenhum deles é capaz de fazer COMO eu faço. Então, não penso mais em como as coisas seguiriam se mim, mas em como eu sigo - com ou sem elas.

Adorei o texto.

Beijos!

Blog Dri Viaro disse...

Cada um é especial de alguma forma né
bjs e otimo dia

Anônimo disse...

eu te diria pra tentar passar sem bater nos cantos.

Michelle Dangeli disse...

Quando estamos com o amor próprio na potência máxima, deixamos o melindre de lado, vestimos a camisa da vida e aprendemos a dar valor a tudo de bom que temos e dando o melhor de nós sempre.